Trabalho pouco valorizado no Brasil, os tributos não são meras reproduções dos originais. Se pensarmos na imensa gama de artistas ou bandas que já não existem mais, ou para as novas gerações que nunca poderão assistir ao vivo, ou mesmo tantas outras que talvez jamais toquem por aqui, os projetos cover deveriam ser muito mais respeitados e valorizados. Diferentemente de quem faz música autoral, os covers tem a difícil missão de realizar apresentações que soem o mais próximo possível das versões originais, o que demanda trabalho árduo de pesquisas e incansáveis treinamentos.
Nesse aspecto, o Brasil possui uma incrível produção de tributos, que se dedicam a se aprimorar ao máximo com o objetivo de levar a sua plateia a experiência de assistir ao vivo a execução de músicas de seus artistas favoritos. Nessa levada é que se estabeleceu a STAGE LEFT, banda paulista formada por Silvio Freire (guitarras), Nereu Pereira (bateria) e Marcos Freire (baixo, vocais e teclados), que, de um projeto inicial como banda cover do ‘power trio’ de rock progressivo canadense RUSH aprimoraram tanto seu potencial que se tornaram um dos grupos tributo mais respeitados por aqui, além de terem seu trabalho reconhecido até mesmo pelo *RUSHCon.
Nessa conversa com os rapazes da STAGE LEFT podemos saber um pouco mais sobre as dificuldades e motivações para levar adiante um projeto como esse.
*RUSHCon é o maior grupo organizado de fãs da banda RUSH.
MMM – A STAGE LEFT está na estrada desde 2011, certo? Como surgiu a ideia de montar uma banda cover de um dos grupos mais virtuosos da história do rock? Como se deu a preparação e o processo de aprendizagem instrumental?
SILVIO FREIRE – Ter uma banda tributo de RUSH nunca esteve nos meus planos, e acho que nem nos planos do Marcos. Tínhamos uma banda de pop rock, e nem nos apresentávamos, era apenas uma brincadeira, tocávamos nos aniversários da família. RUSH? Esquece. RUSH era a banda do coração, mas não tínhamos essa pretensão. Até que no fim de 2011 o Marcos me liga e pergunta se eu gostaria de tocar RUSH de verdade. Eu hesitei por um momento, dei risada, disse que seria um sonho distante, mas não entendia a pergunta, conhecia o tamanho da encrenca e a fúria dos fãs, pois também éramos fãs fervorosos. Foi aí que ele me disse que havia se candidatado a uma oportunidade na Internet. Dois músicos, um vocalista e um baterista procurando baixista e guitarrista para montar uma banda tributo ao RUSH.
Duvidei, era loucura. Ainda mais vindo de coisas da internet. Respondemos ao anúncio com um vídeo de YYZ para a análise de Marquinhos Savóia e Daniel Forli. Eles ligaram para nós imediatamente e agendamos o primeiro ensaio. Naquele momento nascia o projeto STAGE LEFT. É claro que um projeto tão ambicioso levaria pelo menos 1 ano para que pudéssemos pensar em uma apresentação ao vivo, sem contar as dificuldades de se encontrar uma casa para tocar, uma vez que não tínhamos nenhum material para divulgar e vender o trabalho da STAGE LEFT. O circuito de bares e casas noturnas é bem fechado, ninguém deixa você entrar. Há boicotes e puxadas de tapete o tempo todo, é preciso muita resiliência para seguir em frente.
Tínhamos inúmeros desafios pela frente, mas um objetivo muito claro: ser reconhecidos pelos próprios fãs como uma das melhores bandas tributo de RUSH disponíveis. Ou seja, o objetivo inicial do projeto era enormemente ambicioso. Nosso comprometimento com a execução das músicas, detalhes e timbres teria de ser o maior possível. Em paralelo ao plano de criar um setlist e tirar as músicas uma a uma, passamos a mapear os instrumentos utilizados em cada fase da banda original. Chegamos a participar de diversos leilões para a compra de instrumentos que não eram mais fabricados. Nestes leilões arrematamos um baixo Rickenbacker 4080 double-neck de 1979 preto, a guitarra Gibson EDS-1275 double-neck branca, muito usada pelo Alex Lifeson, e uma grande raridade e pedaço de história: o braço de um dos baixos Wal, utilizado pelo próprio Geddy Lee na turnê Roll The Bones (91 e 92). Este braço voltou para as mãos do Luthier Paul Hermann, da lendária Wal que o fabricou, no interior da Inglaterra, para a confecção de um novo corpo, idêntico ao do instrumento original.
Investimentos muito em tecnologia, softwares, bancos de sons e timbres, emuladores, etc. Passamos a estudar como o RUSH fazia os shows ao vivo e o que estava por trás dos palcos. A cada solução encontrada outros dez desafios a solucionar, tecnicamente falando. Como se executar as músicas já não fosse complexo o bastante.
Mas, em breve surgiria a oportunidade que esperávamos. Após algumas apresentações sem muita visibilidade, mais para amigos do que para fãs de RUSH, e com uma série de coisas a melhorar, desde a execução até a performance em palco, soubemos que o MIS, o Museu da Imagem e do Som de São Paulo, promoveria um festival de bandas tributo em comemoração do dia mundial do rock.
Mais de cem bandas foram inscritas no festival do MIS.
Em uma bela manhã, recebemos uma ligação do MIS dizendo que a STAGE LEFT tinha sido uma das 6 bandas escolhidas para tocar na grande noite no MIS. Aquilo foi a primeira grande vitória da banda, o primeiro reconhecimento em grande estilo. Neste momento começamos a ter alguma notoriedade. Fomos entrevistados pela Rede Globo de Televisão entre outros meios de comunicação.
O pessoal do RUSHCon do Canadá nos elegeu a banda do mês, a primeira brasileira escolhida. Fizemos um grande show. Os vídeos foram curtidos por milhares de fãs de RUSH no YouTube com ótima aceitação e muitas críticas também. Conseguimos enfim, formatar a STAGE LEFT.
De lá para cá vimos ganhando, pouco a pouco, nosso espaço e melhorando nosso desempenho a cada show. Trazendo a cada apresentação novos fãs de RUSH e fazendo novos amigos.
O processo de aprendizagem de como executar, instrumentalmente, o RUSH é algo constante e permanente. Cada álbum, cada música, são maneiras de tocar diferentes, a pegada, a agressividade do Lee e Peart, os timbres e os acordes abertos do Lifeson, são coisas que precisam ser estudadas com detalhes senão é humanamente impossível conseguir entregar a massa sonora que o RUSH proporciona com apenas três instrumentistas em performances ao vivo.
MMM – No início a banda era uma quarteto, agora, um ‘power trio’. Essa mudança ocorreu naturalmente pela saída do quarto integrante ou foi uma escolha de vocês para serem mais fiéis ao RUSH?
MARCOS FREIRE – A banda passou por algumas mudanças durante o seu percurso, primeiramente com a saída do Daniel Forli no fim de 2015. Ele tinha outros projetos em mente e acabou deixando a banda. Isso nos deixou no escuro durante um período pois encontrar um substituto não seria uma tarefa fácil, a vaga exigia características muito específicas como: ser um baterista de primeira linha, com uma técnica e pegada muito forte, ter um equipamento à altura, ou que estivesse disposto a fazer os investimentos necessários em curtíssimo prazo e, talvez o mais difícil, ainda ser um fã incondicional do RUSH para nos ajudar a perseguir o objetivo inicialmente estabelecido para levar a banda a um outro nível. Foi aí que começou nossa caçada. O Nereu, atual baterista, sempre esteve perto da banda pois ele era contratado para fazer a captação do áudio dos shows da STAGE LEFT e só percebemos o seu potencial quando ele fez uma canja de Subdivisions em um RUSH Festival conosco. Com a saída do Daniel, chamamos o Nereu para fazer uns testes com a banda e percebemos que ele era o cara certo para a posição.
A segunda mudança foi quando o Marquinhos, então vocalista, anunciou sua saída também. Seus objetivos profissionais e pessoais se mostraram em conflito com a agenda da banda. Cada show da STAGE LEFT exige um esforço enorme para que saia como queremos e, mesmo assim, ainda estamos evoluindo a cada performance.
Com a saída do Marquinhos, tivemos outro hiato na banda, como superar este novo desafio? Decidimos então pela manutenção da formação em power trio. Estaríamos mais fiéis à formação original, aliás, muitos fãs de RUSH nos criticavam por sermos um quarteto. Com essa decisão eu acabei assumindo, além do baixo e teclados, o lead vocal da banda.
Executar RUSH ao vivo, sem backing tracks e dar conta dos teclados, das linhas de baixo agressivas do Geddy Lee e dos vocais tem sido um enorme desafio. Isso tornou a missão do Silvio Freire também mais complexa, pois uma parte dos bass pedals e synths foram transferidas para ele, como na banda original, onde o Alex Lifeson também compartilha esta função.
MMM – Vocês tem uma enorme preocupação com a qualidade na interpretação das músicas para fazê-las soar o mais parecido possível as originais. Qual a maior dificuldade a ser vencida para realizarem estas performances?
NEREU PEREIRA – A preocupação com a qualidade está diretamente ligada ao objetivo principal da STAGE LEFT e sua razão de existir. As dificuldades são enormes em todos os aspectos. Primeiro porque precisamos conciliar nossos trabalhos individuais com o projeto STAGE LEFT e sua grade de ensaio. Os ensaios são fundamentais para que tudo ocorra automaticamente e para reduzirmos ao máximo a possibilidade de erros ao vivo. Em três não há como alguém “se esconder” no palco, fica tudo na cara! A preocupação com a qualidade do som que entregamos é total, com isso há um trabalho enorme com os timbres dos teclados e dos demais instrumentos, como monto meu kit de bateria, às vezes precisamos do kit 360o – o que demanda espaço no palco, etc.
Assim, as casas que nos recebem precisam oferecer uma infraestrutura adequada, caso contrário será frustrante para a banda e para a audiência. Todos os ensaios e shows da STAGE LEFT são filmados e gravados para que possamos ajustar o que não está bom, isso vai desde a execução até os timbres dos instrumentos. Nosso material de divulgação também é sempre gravado ao vivo para que os fãs saibam o que esperar da STAGE LEFT em uma apresentação ao vivo. E é incrível a diferença quando se ouve uma banda gravada em alta definição. É uma busca contínua por melhorias. Nosso último investimento neste sentido foi em um sistema de monitoramento para que possamos nos ouvir melhor no palco, atualmente nos ouvimos perfeitamente ao vivo, algo fundamental para uma melhora na performance individual de cada músico.
As músicas são tiradas em seus mínimos detalhes, vemos como o RUSH reproduz sua própria música ao vivo para que possamos fazer da mesma forma. Os desafios não terminam, o que é difícil e ao mesmo tempo divertido!
MMM – Nestes seis anos de banda, qual a média de shows anual que vocês realizaram, e quais os estados onde já tocaram? Vocês têm alguma ideia de um show montado para excursionar?
NEREU PEREIRA – A banda tem uma característica que é buscar sempre fazer shows únicos e diferenciados, buscamos fazer algo que não se vê no meio de bandas tributos. Queremos que os fãs de RUSH façam questão de sair de suas casas para nos assistir. Assim, nossa agenda é restrita, com no máximo 4 a 5 shows por ano. Montar um show da STAGE LEFT pode levar 2 a 3 meses dadas as complexidades de cada projeto e setlist. Já fizemos especiais como A Show of Hands, Grace Under Pressure, Power Windows, Moving Pictures, e o último foi o Signals. Todos executados em sua totalidade conforme gravações originais.
Até o momento temos nos apresentado apenas em São Paulo, capital, mas temos planos para expandir as apresentações para fora do estado em 2018.
MMM – Em vários países, muitas bandas cover de qualidade são conceituadas e valorizadas com convites para grandes eventos e apresentações importantes. Vocês acreditam que seja possível no Brasil viver apenas com o trabalho de uma banda cover? Como vocês levam a vida fora da STAGE LEFT?
MARCOS FREIRE – Acho que estamos ainda muito longe desta realidade. Viver de um projeto como este no Brasil é praticamente impossível. Os investimentos são muito altos, os custos de se adquirir equipamentos aqui chegam a ser proibitivos. Além disso, o trabalho de bandas cover ou tributo no Brasil ainda é muito criticado e há muito preconceito também. Muitas vezes o trabalho é visto como falta de criatividade ou como falta de capacidade dos músicos em compor ou produzir material próprio, mas qual banda famosa que não começou seus trabalhos tocando músicas de outras bandas? No exterior há naturalmente mais espaço, há bandas tributo grandes que realmente fazem shows para audiências impressionantes, chegam a fazer turnês internacionais. Eu, particularmente, acho que assistir a uma banda tributo é se dar a oportunidade de ouvir as músicas de seus ídolos preferidos uma vez mais, ídolos que muitas vezes nem estão vivos ou que não tem o Brasil em sua rota de shows. Ainda são poucos os que valorizam os tributos, mas acredito que mesmo assim vale muito a pena. A quantidade de amigos que ganhamos nestes anos de STAGE LEFT é enorme. O carinho que recebemos das pessoas que nos veem tocar não tem preço. Lembro-me de uma vez que estávamos em uma cafeteria em Santo André e um rapaz desceu de um carro para nos cumprimentar dizendo que já tinha ido em um dos nossos shows e achava o trabalho da banda magnífico! Aquilo foi muito recompensador!
A STAGE LEFT não é nosso ganha-pão, pelo menos ainda não…eu sou médico urologista, o Silvio trabalha em empresas de alta tecnologia e o Nereu atua na área de soluções audiovisuais além de trabalhar em outros 2 projetos de bandas autorais. Ou seja, todos temos outros empregos dos quais vivemos.
MMM – Voltando a falar da qualidade musical, nós temos a percepção de que a maioria das mídias tradicionais como rádios, televisão, revistas, etc. tem despejado grande quantidade de material extremamente comercial e de baixo nível cultural para o público de massas, relegando os grandes artistas ao underground. Como vocês enxergam o cenário da música nacional atualmente?
SILVIO FREIRE – Este tema é bastante difícil de lidar. O Rock sempre esteve em minha formação musical, amo guitarras, coleciono instrumentos, respeito e ouço outros estilos musicais mas acredito que a qualidade musical que alimenta as massas aqui no Brasil é algo muito ruim e deixa muito a desejar. O nível cultural das composições é muito baixo. Letras que não dizem absolutamente nada, que não nos fazem refletir, ou pior, que incitam comportamentos inadequados em uma sociedade. Temos poucas rádios que oferecem uma programação musicalmente saudável. Isso também compromete trabalhos como o nosso ou composições autorais de qualidade. Muitas bandas boas quebram literalmente antes de conseguirem qualquer espaço para divulgar seus trabalhos. A divulgação massiva destes materiais de baixa qualidade cria padrões e referências pobres para a população e isso se transforma em uma concorrência desleal. Sem falar em qualidade técnica, hoje você não precisa de nenhuma formação musical, nem acadêmica, nem precisa saber tocar um instrumento para compor esses materiais que veiculam com tanta voracidade na mídia. Chega a desanimar.
Eu penso na possibilidade de algum dia realizar um projeto próprio, porém trata-se de um projeto difícil e complicado, especialmente quando se tem tantos chapéus para trocar no dia-a-dia e um mercado muito difícil por causa desta cultura pobre massificada. Tempo é algo muito escasso. A STAGE LEFT ensaia normalmente nas madrugadas ou nas primeiras horas do domingo justamente para não criarmos problemas com nossas outras identidades. A STAGE LEFT por si só já nos impõe um ritmo bastante pesado e acelerado.
MMM – Como uma banda cover do RUSH vocês naturalmente devem ser grandes fãs! Que fase do grupo vocês mais curtem? O que vocês acham sobre o possível encerramento da banda?
SILVIO FREIRE – Somos fãs fervorosos há décadas! Fases? Todas! Costumo dizer que meu álbum favorito é aquele que estou ouvindo naquele momento. Há dias que quero ouvir mais progressivo, quero mais teclados, quero mais velocidade, mais peso, etc. O RUSH nos presenteou com um menu tão rico que podemos degustar como e quando quisermos, dependendo apenas do nosso estado de espírito. Ouvir RUSH é como degustar um bom vinho, pode ser simples, pode ser complexo, mais encorpado, mais suave, mas sempre será um grande prazer. É sempre uma experiência incrível quando ouvimos um setlist para tirar músicas novas, descobrimos detalhes na harmonia dessas composições que não ouvimos normalmente no dia-a-dia, passamos a gostar de músicas que nem gostávamos, sempre há uma grande surpresa para nós mesmos por trás de cada show que preparamos.
Depois do nosso mais recente show, vimos um post de um fã de RUSH de dizia o seguinte: “Algumas bandas tem tanta coisa boa e de alta qualidade que muitas vezes não olhamos com a devida atenção seus trabalhos. Depois do show da STAGE LEFT, excelente banda tributo ao RUSH, redescobri essa joia que andava escondida na minha prateleira de CD’s: COUNTERPARTS”.
Sobre o encerramento das atividades do RUSH, se consideramos que foram mais de 40 anos de estrada, sem perderem um único álbum, todos de excelente qualidade, compondo músicas que são feitas para durar para sempre, talvez seja realmente o momento de pararem ou, pelo menos, darem uma boa pausa! Especialmente no caso do Neil Peart. Ele já vinha sentindo muitas dores físicas e nem queria fazer a turnê do R40. Agora, lembrando que ele perdeu a esposa e a única filha em menos de 10 meses, entre os anos de 1997 e 1998, logo após a turnê do Test For Echo, e hoje ele tem uma nova família, talvez seja a hora de colocar prioridade em outros momentos da sua vida. Assim como todas as coisas boas da vida terminam de alguma forma em algum momento, talvez esse seja o caso. De qualquer forma, seus trabalhos estão imortalizados.
MMM – Para encerrar, o que vocês planejam para o futuro da STAGE LEFT?
SILVIO FREIRE – Muitos shows! Espero que a STAGE LEFT realmente perdure assim como o próprio RUSH. Passamos momentos difíceis juntos, outros muito divertidos, sempre damos muitas risadas, mesmo eu tendo um péssimo humor nos ensaios de sexta-feira à noite. Reconheço que sou um chato nestes ensaios (risos).
A banda é muito comprometida com a qualidade dos sons e quanto maior o reconhecimento dos fãs, maior a nossa vontade de nos superarmos para a próxima apresentação.
Queremos proporcionar uma experiência única para aqueles que saem de suas casas para nos ver tocar, que pagam para nos ouvir, que trazem os amigos e os amigos dos amigos para nos prestigiar. Queremos recompensar cada uma dessas pessoas com o melhor de nós, com o melhor do RUSH e em grande estilo.
Queremos ser reconhecidos como sendo uma banda tributo de alto gabarito, mas para isso o trabalho é infindável.
Fiquem atentos à agenda da banda, as apresentações são poucas mais feitas com muito carinho!
Contatos:
Facebook: www.facebook.com/Stageleftrush/
Email: stageleft2112@gmail.com
You tube: youtube.com/StageLeft2112